MESQUITA - Um encontro convocado pelo prefeito de São João de Meriti, Sandro Matos, reuniu na noite de quinta-feira (7), no Social Club M...
MESQUITA - Um encontro convocado pelo prefeito de São João de Meriti, Sandro Matos, reuniu na noite de quinta-feira (7), no Social Club Meriti, prefeitos da região e também representantes das cidades vizinhas, presidentes de câmaras municipais, magistrados e membros da sociedade civil, para protestar contra os índices de violência na Baixada Fluminense, que aumentam a cada dia, principalmente depois da criação das UPPs no Rio de Janeiro.
O texto do documento solicita ao governador Sergio Cabral e ao secretário de Segurança uma reavaliação no planejamento na instalação das UPPs na capital e o aumento de efetivo para os batalhões tanto das cidades da Baixada quanto do interior. “Essa medida é emergencial e deve diminuir os danos causados nos últimos anos. A cidade do Rio de Janeiro não pode ser a única atendida em termos de segurança pública”, diz o documento.
Segundo a organização do evento, cerca de duas mil pessoas estiveram presentes e participaram da construção do documento, que foi submetido a uma votacão e aprovado por unanimidade. “Mais do que poder exercer o meu direito enquanto cidadã estou tendo a oportunidade de construir um presente melhor para mim e para minha família. Quero que o governador receba este documento e dê uma resposta para a toda a sociedade”, reivindica Silvéria Montes, 35 anos, moradora de Éden, São João de Meriti.
Representando Mesquita, a secretária Cristine Lopes, moradora do Centro, fez questão de salientar sua indignação. “Já tentaram assaltar minha casa duas vezes nos últimos tempos. É preciso que as autoridades aumentem a segurança dos moradores de toda a nossa região o mais rápido possível”, disse. Em Mesquita, por exemplo, a média é de um policial para cada 1.659 habitantes, de acordo com levantamento apresentado pelo prefeito Sandro Matos durante o encontro.
Ainda segundo Matos, em São João de Meriti, são 457 mil habitantes e apenas 258 homens no policiamento. A Rocinha, com apenas 100 mil moradores, tem UPP com 700 PMs.
Visões contraditórias
A migração de bandidos fugidos da capital é uma realidade, tem seus efeitos apontados em pesquisa do Instituto de Segurança Pública (ISP), mas é negada pelo secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame. Na semana passada, ele e Sandro Matos chegaram a bater boca em um encontro para debater políticas de segurança para a região, quando Beltrame disse que apenas 5% dos presos de São João de Meriti eram provenientes de áreas pacificadas.
Sobre o fato, Matos comentou: "A Secretaria de Segurança optou pela UPP. Quando questionamos o problema da migração para a Baixada, o secretário não aceita e não admite o problema. Isso dificulta uma solução", disse Matos, referindo-se à declaração de Beltrame de que apenas 5% dos presos na cidade são de outros municípios.
Segundo o prefeito, esse índice não condiz com a realidade, porque a incidência de roubos aumentou, mas a falta de policiamento faz com que sejam efetuadas poucas prisões. Há cerca de um ano, conta, ele envia e-mails para Cabral sobre a questão. O governador respondeu a todos e disse que encaminharia o problema para o setor de segurança - e nada mais parece ter sido feito. "Nós somos atendidos, mas a questão não se resolve", lamenta.
A Secretaria de Segurança (Seseg) afirma que a Subsecretaria de Inteligência acompanha a movimentação dos criminosos e que a maioria dos que exercia alguma função de comando entre os traficantes nas regiões pacificadas está presa. Segundo eles, pode haver migração, mas não há indicadores de que ela seja em grande escala nem que tenham impactado significativamente as manchas criminais. Em março deste ano, o secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame afirmou que existe plano de UPPs para a Baixada, mas ainda não há um prazo para que isto aconteça.
Bandidos desfilam com fuzis
De acordo com o prefeito, São João de Meriti é a cidade com menos policiais por habitante. Ele diz ainda que os moradores têm reclamado que criminosos são vistos desfilando com fuzis na mão e que isso tem deixado a população assustada. “Quando a gente vai para a capital, a gente fica mais seguro do que quando vai pra São João. A gente não é contra a UPP, a gente é a favor, mas gostaríamos que fosse revisto. Recebemos o secretário de Segurança na semana passada, mas quando coloquei o problema da migração, ele não reconheceu que exista esse problema. Cinco criminosos da Vila da Penha foram presos praticando crimes aqui”, disse.
Segundo a Secretaria de Segurança, entre janeiro e agosto de 2013, das 232 pessoas presas no município de Meriti, 67,2 % eram moradores da própria cidade, 13%, moradores de outros municípios da Baixada Fluminense e 4,3%, do Rio de Janeiro.
Em outra análise feita pela Seseg, das 349 pessoas moradoras de São João de Meriti presas no mesmo período, 46,7 foram em cana na própria cidade; 16,6% foram presas em outras cidades da Baixada e 16,7% na capital.
Sandro Matos disse que vai encaminhar um documento ao governador Sérgio Cabral, com cópia para Beltrame, pedindo que a segurança na Baixada Fluminense seja priorizada.
O texto do documento solicita ao governador Sergio Cabral e ao secretário de Segurança uma reavaliação no planejamento na instalação das UPPs na capital e o aumento de efetivo para os batalhões tanto das cidades da Baixada quanto do interior. “Essa medida é emergencial e deve diminuir os danos causados nos últimos anos. A cidade do Rio de Janeiro não pode ser a única atendida em termos de segurança pública”, diz o documento.
Segundo a organização do evento, cerca de duas mil pessoas estiveram presentes e participaram da construção do documento, que foi submetido a uma votacão e aprovado por unanimidade. “Mais do que poder exercer o meu direito enquanto cidadã estou tendo a oportunidade de construir um presente melhor para mim e para minha família. Quero que o governador receba este documento e dê uma resposta para a toda a sociedade”, reivindica Silvéria Montes, 35 anos, moradora de Éden, São João de Meriti.
Representando Mesquita, a secretária Cristine Lopes, moradora do Centro, fez questão de salientar sua indignação. “Já tentaram assaltar minha casa duas vezes nos últimos tempos. É preciso que as autoridades aumentem a segurança dos moradores de toda a nossa região o mais rápido possível”, disse. Em Mesquita, por exemplo, a média é de um policial para cada 1.659 habitantes, de acordo com levantamento apresentado pelo prefeito Sandro Matos durante o encontro.
Ainda segundo Matos, em São João de Meriti, são 457 mil habitantes e apenas 258 homens no policiamento. A Rocinha, com apenas 100 mil moradores, tem UPP com 700 PMs.
Visões contraditórias
A migração de bandidos fugidos da capital é uma realidade, tem seus efeitos apontados em pesquisa do Instituto de Segurança Pública (ISP), mas é negada pelo secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame. Na semana passada, ele e Sandro Matos chegaram a bater boca em um encontro para debater políticas de segurança para a região, quando Beltrame disse que apenas 5% dos presos de São João de Meriti eram provenientes de áreas pacificadas.
Sobre o fato, Matos comentou: "A Secretaria de Segurança optou pela UPP. Quando questionamos o problema da migração para a Baixada, o secretário não aceita e não admite o problema. Isso dificulta uma solução", disse Matos, referindo-se à declaração de Beltrame de que apenas 5% dos presos na cidade são de outros municípios.
Segundo o prefeito, esse índice não condiz com a realidade, porque a incidência de roubos aumentou, mas a falta de policiamento faz com que sejam efetuadas poucas prisões. Há cerca de um ano, conta, ele envia e-mails para Cabral sobre a questão. O governador respondeu a todos e disse que encaminharia o problema para o setor de segurança - e nada mais parece ter sido feito. "Nós somos atendidos, mas a questão não se resolve", lamenta.
A Secretaria de Segurança (Seseg) afirma que a Subsecretaria de Inteligência acompanha a movimentação dos criminosos e que a maioria dos que exercia alguma função de comando entre os traficantes nas regiões pacificadas está presa. Segundo eles, pode haver migração, mas não há indicadores de que ela seja em grande escala nem que tenham impactado significativamente as manchas criminais. Em março deste ano, o secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame afirmou que existe plano de UPPs para a Baixada, mas ainda não há um prazo para que isto aconteça.
Bandidos desfilam com fuzis
De acordo com o prefeito, São João de Meriti é a cidade com menos policiais por habitante. Ele diz ainda que os moradores têm reclamado que criminosos são vistos desfilando com fuzis na mão e que isso tem deixado a população assustada. “Quando a gente vai para a capital, a gente fica mais seguro do que quando vai pra São João. A gente não é contra a UPP, a gente é a favor, mas gostaríamos que fosse revisto. Recebemos o secretário de Segurança na semana passada, mas quando coloquei o problema da migração, ele não reconheceu que exista esse problema. Cinco criminosos da Vila da Penha foram presos praticando crimes aqui”, disse.
Segundo a Secretaria de Segurança, entre janeiro e agosto de 2013, das 232 pessoas presas no município de Meriti, 67,2 % eram moradores da própria cidade, 13%, moradores de outros municípios da Baixada Fluminense e 4,3%, do Rio de Janeiro.
Em outra análise feita pela Seseg, das 349 pessoas moradoras de São João de Meriti presas no mesmo período, 46,7 foram em cana na própria cidade; 16,6% foram presas em outras cidades da Baixada e 16,7% na capital.
Sandro Matos disse que vai encaminhar um documento ao governador Sérgio Cabral, com cópia para Beltrame, pedindo que a segurança na Baixada Fluminense seja priorizada.
Via Jornal de Hoje
Por Alexandra Boechat
Vamos ter calma, as UPPs vão ser instaladas na Baixada. O grande problema é que sempre existiu bandidos, so que agora a população está assustada.
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